sexta-feira, 6 de maio de 2011

Patch Tuesday: os números (impressionantes) da insegurança no software da Microsoft

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Preocupada com os sistemáticos buracos de segurança e bugs que afectavam já não apenas os clientes do seu software, mas a própria imagem da empresa, a Microsoft decidiu-se por uma intensa caça aos bugs nos incontáveis milhões de linhas dos seus sistemas operativos e programas.
A parte boa: o programa, conhecido por Patch Tuesday, completou 6 anos na terça-feira desta semana. Consiste em lançar um conjunto de patches na segunda terça-feira de cada mês. (Pense num patch como num remendo para um furo de bicicleta e no Patch Tuesday como numa caixa de remendos.) A caixa de remendos do mês foi uma dos melhores — ou piores, conforme a direcção do olhar.
Decidi fazer um pequeno sumário dos números (impressionantes) do software mais buggy do planeta.

    Números

  • Anos de programa: 6
  • Número de meses em que foi lançado um Patch Tuesday: 68
  • Número de meses em que não foi lançado um Patch Tuesday: 4
  • Número de meses desde o último mês sem um Patch Tuesday: 30
  • Número de boletins de segurança emitidos no período: cerca de 400
  • Ritmo de boletins de segurança: 1 a cada 5,47 dias
  • Número de vulnerabilidades endereçadas pelos boletins: 745
  • Ritmo de vulnerabilidades: 1 a cada 2,9 dias
  • Número de vulnerabilidades classificadas de críticas pela Microsoft: 230
  • Ritmo de vulnerabilidades críticas: 1 a cada 9,5 dias
A parte má: a despeito das colossais reservas de dinheiro de que a empresa dispõe para resolver o assunto, e da resolução, até à data, de 1 buraco a cada 2,9 dias, a verdade é que o número de buracos não está a diminuir, pelo contrário: aumenta. Só este ano (10 meses, até Outubro) a empresa resolveu 160 deficiências. No ano passado (12 meses) tinham sido 155. Os boletins dos dois últimos anos deram conta do dobro de problemas de segurança anunciados nos dois primeiros anos de Patch Tuesday (contas de Jaikumar Vijayan, na Computerworld:
Uma possível explicação: a segurança não é uma preocupação presente quando o software é desenvolvido, sendo empurrada para outros estádios do processo.
Ou seja: o Patch Tuesday não é mais do que um remendo no processo de fabricação de software da Microsoft — que de raiz, e desde sempre, como se estivesse impresso no código genético da empresa, não atribui prioridade à segurança dos sistemas informáticos.
Assim não vão lá.
(Na foto: fundadores e funcionários da Microsoft em 1979)

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